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Tenso e angustiante, este drama policial traz dois irmãos, Hank e Andy envoltos em problemas financeiros e que elaborando um plano simples, assaltar a joalheria da família, vêem suas vidas desmoronarem quando tudo dá errado e a mãe é assassinada durante o crime. O enredo que já despertaria interesse, ganha ares de grande obra no trato dado a cada personagem e na magnífica condução da narrativa de Sidney Lumet que explora na atuação, na composição dos quadros e nos ambientes, as personalidades e motivações de cada personagem, mostrando a mesma cena sob pontos de vistas diferentes e como aquela situação afeta de forma particular a cada um. Pode ficar certo: vai afetar você também.
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Muitos devem ter saído das salas de cinema com raiva. Mas o problema seria confundir este sentimento que não vem do desgosto pelo que acabamos de ver, mas da tortura psicológica pela qual acabamos de passar. Violência Gratuita é uma aula da capacidade de manipulação do Cinema ministrada de forma impecável por Michael Haneke, que refilma seu próprio Violência Gratuita de 1997. Dois jovens “psicopatas” invadem a casa de uma pacata família interpretada com extrema intensidade por Naomi Watts, Tim Roth e o surpreendente jovem Devon Gearhart, e dão início a uma sádica tortura física e psicológica sem motivações explícitas. O roteiro não se preocupa em explicar por que dois jovens cometem tal barbaridade, já que neste contexto, isso pouco importa. O objetivo de “Violência Gratuita” é jogar, provocar e manipular o espectador a seu bel-prazer em duas horas de violação empírica dos nossos sentidos. Este jogo fica claro quando a personagem de Naomi Watts consegue atirar em um dos torturadores, ao passo em que o outro, com um controle de DVD, consegue voltar a cena, e impedir nossa vingança. É desta forma que Violência Gratuita nos coloca em posição de reféns, quando a única ferramenta que poderíamos usar pra pará-los, o CONTROLE REMOTO é usada contra nós. Um filme para ser vivido, mesmo que você termine morto...de raiva.
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Não conheço o clássico de 1951. Mas nem preciso ver pra crer que era bem melhor que esta constrangedora refilmagem. A tese é boa. Extra-terrestre vem à Terra para dar uma última chance de nos explicarmos e mudarmos nosso perfil destrutivo, ou seremos extintos. Diferente de outras obras em que aliens querem, sabe-se lá porque, destruir a Terra, dessa vez, nós, os humanos é que somos o alvo, já que o planeta não pode correr o risco de morrer para preservar apenas uma espécie. E concordo. O problema está na superficialidade com que estas idéias são transmitidas. O alienígena Klaatu (Keanu Reeves) vem à terra com a missão do julgamento final. Mas é preso e interrogado pelas autoridades americanas que não permitem seu contato com os líderes mundiais na ONU, seu objetivo principal. Ele consegue fugir, ajudado pela cientista de Jennifer Connelly e encontra-se com outro alienígena, que já reside na Terra há décadas para avaliar nosso comportamento. Que claro, não é dos melhores. Somos condenados num diálogo risível, em que o espião manda nos destruir, mas revela-se apaixonado por nossa humanidade. E mais uma vez, o problema não está no conceito, mas na forma como é abordado, num texto pobre e pouco convincente. Esta mesma frivolidade acompanha todos os personagens durante a narrativa, que nunca parecem ter motivações reais para fazerem o que fazem, seguindo apenas o que está escrito. E desta mesma forma, nosso inquisidor muda de idéia, quando um acerto de contas familiar parece ser o suficiente para que ele enxergue “nosso outro lado”. Apinhado de pequenos erros que ofendem a nossa inteligência e certamente a inteligência extra-terrestre é que “O Dia em que terra parou” condenou...a si próprio.
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Ah, tô sem tempo de escrever mais. É legalzinho.
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