

Título Original: O Contador de Histórias
Direção: Luiz Villaça
Roteiro: José Roberto Torero, Maurício Arruda, Mariana Veríssimo, Luiz Villaça
ESPAÇO
Assisti a uma entrevista de Roberto Carlos Ramos no Jô Soares há alguns anos e me lembro que fiquei encantado com sua história de superação e, ao mesmo tempo, envergonhado pela minha intolerância com jovens criminosos. Recordei-me disso ao assistir este belo “O Contador de Histórias”, mas desta vez com outro sentimento: esperança.
ESPAÇO
Roberto é um interno da FEBEM declarado irrecuperável, que encontra na pedagoga francesa Margherit a abnegação e o amor incondicional que não fomos educados pra ter. Por isso, em algumas passagens, soam forçadas e folhetinescas as atitudes da personagem, se esta não fosse uma pessoa real.
Somos educados a condenar e corrigir os pontos fracos. Para estimular os pontos fortes é preciso um pouco de imaginação e talvez exija demais do ser humano, neste caso, espectador. É esta imaginação em potencial que faz de Roberto o contraponto entre a realidade de nosso sistema estúpido e a capacidade da mente humana que poucos se propõem a usar em favor do próximo. Margherit o fez e transformou mais uma provável vítima da violência num internacionalmente premiado pedagogo e contador de histórias. Esta característica justifica a escolha do roteiro e direção em abusarem das narrativas, num desnecessário excesso de texto que explica demais. Sim, Roberto é o contador de sua própria história. Mas se precisamos estimular a sociedade a imaginar mais, poderiam ter deixado um pouco para o próprio público concluir.
ESPAÇO
VOCÊ NEM VAI PISCAR se acredita no poder da imaginação
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É MELHOR VOCÊ DORMIR se não aprecia filmes com narração
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