quarta-feira, 1 de julho de 2009

O EXTERMINADOR DO FUTURO, A SALVAÇÃO

- NOTA: 7,5

A franquia de sucesso “O Exterminador do Futuro” nunca se preocupou em aprofundar suas reflexões sobre o impacto do mau uso tecnológico na vida humana. O que não é problema algum já que a série se assume como entretenimento. E dos bons (A filosofia fica por conta de Matrix). Só que a cada “I’ll be back” de Arnold Schwarzenegger, crescia a expectativa de um futuro devastador que até então só víamos nos pesadelos de Sarah Connor. E esta sequência “O Exterminador do Futuro: A Salvação” não cumpre a profecia.

Ação de tirar o fôlego, efeitos impressionantes e orçamento nas alturas: está tudo lá. Mas o filme que finalmente traria à tona o juízo final ensaiado nos seus antecessores, não justifica, não surpreende e tão pouco marca a série, somando-se ao também morno “O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas” como mais uma oportunidade de encher os bolsos dos produtores, enquanto o capítulo final não vem (A Warner já confirmou a produção do 5º filme). Li numa entrevista que McG, diretor do longa, quis realizar um filme que despertasse as mesmas sensações que ele havia experimentado em “O Exterminador do Futuro 2”, vencedor de 4 Oscars e que por sinal é excelente. Passou longe.

Esta sequência traz John Connor adulto (Christian Bale), liderando a resistência humana num mundo já destruído pelo domínio das máquinas (que parecem inclusive, ter escrito o roteiro). Sem tempo para apresentar os personagens, o filme não permite que criemos afeição por eles, o que é grave quando o único que conhecemos é Connor, num rosto diferente e interpretado de maneira mecânica por Christian Bale, que só se põe a esbravejar e fazer cara de mau. A grata surpresa é Sam Worthington (Marcus Wright), personagem que abre o longa sofrendo pena-de-morte no nosso tempo, e acordando anos depois no mundo pós-apocalipse. Com uma atuação interessante, Wright não consegue fazer milagre já que roteiro e direção ofendem a inteligência do espectador ao dar uma importância exagerada para uma “revelação” que se faz previsível desde os primeiros minutos. Wright cumpre a missão que antes era de Schwarzenegger: despertar a compaixão que nos diferencia das máquinas. Mas aí reside o problema. Numa tentativa de aprofundar o tema máquina x homem, o filme fica no raso de suas convicções com a frase tema: “o que nos diferencia é a força do coração”. A frase é uma verdade e fecharia bem o filme se ele realmente desenvolvesse essa idéia em suas duas horas de projeção e não a usasse apenas como um epitáfio.

A proposta de mostrar o que de máquina tem em nós e o que de humano pode ter numa máquina é interessante, mas fica a restrita a episódios isolados como na cena em que vemos uma tentativa de estupro entre humanos. Lotado de narrações para completar o que as ações não conseguiram traduzir, “O Exterminador do Futuro – A Salvação” serve aos fãs da série como um último gole que pede uma saideira. E por isso, torço para que na próxima vez, a série ganhe o fechamento devastador que merece.


INDICATO PARA: quem gosta de surpresas visuais.

CONTRA-INDICADO PARA: quem não gosta de roteiros previsíveis.


_________________________________________________________________